domingo, 29 de junho de 2014

Acumulou.

  Estou me sentindo em 2010, quando eu escrevia sobre tudo aqui no blogger, como se fosse um diário. Esse texto não era para sair, não deveria render tanto assunto, mas a verdade é que meus pensamentos estão acumulados e precisam sair de alguma forma, parte de mim sabe que hoje era o dia de postar o Sentimento do mundo, mas a outra parte sabe que isso pode esperar mais um pouco. Pode esperar porque se eu não falar tudo que está acumulado aqui dentro acabarei enlouquecendo, ainda mais. E esse texto está me dando um trabalho dos infernos (única forma que encontrei para expressar intensidade sem incluir palavrões, pois é.) E pra deixar claro, bem claro, ele não faz sentido e fala sobre muitos assuntos, muitos assuntos mesmo, pois dentro de mim cabe coisa pra caramba. E provavelmente você cansará antes de terminar de ler, mas tudo bem, te entendo e não irei te culpar por isso.
  Ontem durante uma madrugada de insônia coloquei meu celular para tocar no aleatório, dizem que quando se está morrendo nós vemos a nossa vida passar diante de nossos olhos, isso acontece comigo toda vez que escuto uma música que me marcou de alguma forma.
  Meu gosto musical não mudou quase nada, apesar de viver de momentos, escuto uma mesma banda repetidas vezes por muito tempo, e aí paro, e depois de meses repito o processo. Escutar em aleatório trás a tona todas as memórias de tantos momentos.
  Eu gosto de coisas que as pessoas jamais imaginariam, principalmente música, enquanto a playlist foi rodando e as memórias chegando, tentei guardar em algum quanto da mente a ordem que as músicas iam aparecendo: Beatles, Green Day, Tchaikovsky (Tenho poucas músicas dele, confesso, e são as clássicas do musical O lago dos cisnes),  Pearl Jam, Jay Vaquer, Glee, Lilly Allen, CPM 22, Los Hermanos, Lady Gaga, Oasis,  Carla Bruni, Yann Tiersen (por conta da minha paixão pela dança clássica.) e em certo momento me perdi, era muita música, horas de muita informação no escuro do meu quarto. Meu gosto musical é um mar de contradições, eu sou um mar de contradições e indecisões acho que por isso troquei a foto desse post umas mil vezes até me aquetar com uma de autoria própria, tenho certeza que tirei essa foto enquanto ouvia a trilha sonora de um dos meus filmes preferidos, O fabuloso destino de Amélie Poulain, a música clássica e a frança me fazem dobrar o amor pelo balé, e essa sapatilha foi a primeira sapatilha de ponta que chamei de minha, por outro lado as pessoas me conhecem apenas com um velho all star no pé e o rock'n'roll fazendo barulho nos fones de ouvido. Mas de fato, nunca me importei com isso, nunca me importei em ser tanta coisa ao mesmo tempo, ter tantas personalidades em mim, e muito menos me importar com o que as pessoas pensam sobre isso.

  Olhando para trás, quando eu tinha 9 anos, me apaixonei pelo Pierre Bouvier, primeira paixão platônica a gente nunca esquece. Não me pergunte como conheci Simple Plan, não tinha internet em casa então me contentava com a MTV e as revistas que naquela época ainda focavam em música razoavelmente boa. Com certa de pouco mais de 10 anos de idade estava lendo sobre a vida dele em revistas para pré-adolescentes, descobri que Pierre adorava punk rock e era fã de Sex Pistols, The Clash, R.E.M. e U2. Bandas essas que eram totalmente de outro mundo pra mim. Então, com o intuito de conquistar o Pierre (ai, que vergonha), eu decidi começar a pesquisar mais sobre o assunto, com as ferramentas que tinha em mãos, ou seja, quase nada.
  Mas isso faz muito tempo, e sinceramente eu sinto falta de quando tinha que comprar o CD para ouvir as minhas músicas preferidas, e isso quando o único rádio que tínhamos em casa estava desocupado, sinto falta também de encher meu quarto de posteres que naquela época eram muito mais bonitos e diversificados. Com o passar dos anos meus gostos foram evoluindo e eu fui acrescentando mais conhecimento musical na minha vida.

  Em 2010, quando eu já tinha blog, eu criei uma web novela no orkut, é estilo fanfic, mas naquela época era o máximo que eu conseguia fazer, e muita gente gostou, muita gente mesmo. Fico chocada até hoje com os números que obtive naquela época, chocada com os fan clubes que criavam para mim, e a trilha sonora de tudo isso já era um pouco melhor, Beatles, foi nessa época que conheci minha banda preferida, não lembro direito o enredo da minha história, mas sei que envolvia John Lennon, que na época era meu Beatle preferido. (Que hoje, por algum motivo que não consigo explicar, é o Ringo, mas ainda amo o John.) Mas voltando ao assunto, enquanto a playlist aleatória tocava Beatles, não consegui não pensar em tudo que aconteceu naquela época, eu como eu dava importância para isso, importância para várias garotas que tiravam o dia para ler o que eu escrevia em comunidades femininas do orkut. É tão louco pensar que passava horas em um site que hoje é o maior motivo de vergonha para tantas pessoas.
  Mas o aleatório foi rodando e parou em glee, mais de uma vez, acho que a razão é óbvia, tenho mais músicas de glee do que de qualquer outro artista, mesmo que quase não escute mais. Falar de glee é complicado, acompanho a série desde 2009, juntamente com One Tree Hill sempre foi a minha série preferida, mas de alguma forma glee sempre me pareceu mais pessoal, até hoje tenho amigos que me chamam de Rachel por causa dessa série, quando na verdade, eu nem me esforçava para parecer com ela, afinal, quem quer ser a garota feia e irritante? Mas a personagem cresceu e me ajudou a crescer também. Quando me apaixonei de verdade ( e sem ser platônico.) foi glee que me ajudou a viver isso sem medo. Em 2012 vivi meus dias de glória, fazia parte do fandon de fan clube do glee no  twitter moderava o site oficial do glee no Brasil, não sei como funciona com outras pessoas, mas ver meus ídolos me respondendo, mesmo que virtualmente, me fazia sentir no paraíso. E a série foi também um marco no meu relacionamento de uma forma complicada de explicar. Quando o Cory (ator principal) morreu, me senti desnorteada, mas mais ainda quando eu perdi o cara que amava para a morte, foi um pesadelo e não sabia como me sentir, assistir ou ouvir glee e não lembrar de ambos era impossível, quando perdi o cara que amava, parei de assistir a série. Me afastei porque tudo se tornou complicado demais, acabei perdendo meu melhor amigo também, e me afastando das pessoas que eu mais amava, me tranquei no meu mundinho de dor e deixei tudo acumular, por tempo demais.
  Acho que pela primeira vez na minha vida eu tô parando realmente para analisar e assimilar as coisas. "Racionalmente". Talvez porque o amor ainda não tenha entrado em cena... Talvez porque eu (talvez) tenha conseguido me transformar no que eu tanto ansiava: numa pedra aos olhos alheios.
  Eu tenho medo de amar de novo. Sei que cada caso é um caso, sei que amar é sofrer, mas sei lá, é como se o amor tivesse acabado para mim, e cada música que escuto me faz lembrar de um momento do passado que não consigo deletar, e isso é frustante, é frustante pois sentir demais machuca. Mas não adianta. Não adianta vocês tentarem me convencer do contrário. Eu tenho medo de amar.
  Quando escuto essas músicas
 me vejo ali. O pior é que sei que aquilo é ultrapassado e, de certa forma, equivocado.
  Às vezes quero um relacionamento duradouro, quero poder me casar e ser feliz com a mesma pessoa para sempre. Mas às vezes me pergunto sobre o quanto dessa ideia não é meio surreal e utópica. No momento, me separo entre um lado que quer namorar eternamente uma pessoa e entre um lado Shane McCutcheon, um lado "I don't do relationships" que simplesmente não quer estar preso a ninguém por... na verdade ainda não descobri qual é o motivo. Eu sempre fui a romântica, a fofa, a que quer flores e bichinhos de pelúcia. De repente, renego isso tudo por falta de paciência, por falta de esperanças e por falta de expectativas. E, talvez, por medo de amar.
  E, se por um milagre, alguém surgir na minha vida? Porque a minha vida seria bem capaz de me sacanear desse jeito, me mandando alguém super legal logo assim que eu decidir: não, agora eu não quero ficar com ninguém a sério... Eu vou recusar? Vou dizer: "Olha, você é o máximo, mas eu não quero te magoar, então acho melhor não acontecer nada entre a gente"? Acho essa frase terrível, mas agora realmente entendo quem a diz.
  Esse texto não tem valor literário, é um desabafo que precisava fazer para ordenar meus pensamentos. Então, por favor, eu espero que vocês não me julguem. Eu estou muito confusa no momento e, acreditem, essa coisa de não querer namorar é algo inteiramente novo na minha vida - e, como tudo o que é novo, é assustador.
  Há uns 5 anos atrás, quando eu fazia aula de violão minha professor me dizia que minha música era “Metamorfose Ambulante”, do Raul Seixas. Eu realmente mudo bastante de opinião, e se hoje te odeio, dependendo do motivo pelo qual te odeio, é provável que eu lhe tenha amor amanhã.
  Esse ano foi de mil mudanças. Que, convenhamos, foram um inferno. Terminar um namoro de forma trágica cinco dias antes do ano começar, e perder o melhor amigo na véspera do meu aniversário (que por sinal, é no dia primeiro de janeiro), e entrar em uma depressão silenciosa depois disso não foi o jeito que eu planejava começar o ano.  Minha perda de memória infelizmente não mudou, então não lembro de outras mudanças, apesar de saber que elas aconteceram. E outras várias estão acontecendo nesse exato segundo. Não sei mais qual é a minha posição sobre o amor – eu não faço ideia se acredito inteiramente, se acredito com restrições ou se não acredito nunca mais -, não sei mais qual é meu conceito de felicidade, não sei muitas coisas agora. Sei que meu guarda roupa precisa de uma reforma urgente, já que no escritório vai começar a politica de roupa social todos os dias, ever, aliás, isso também é muito louco, pensar que dois anos atrás cheguei atrasada na minha entrevista para um programa de aprendizagem, e depois disso fui contratada e depois disso ainda fui promovida. Não faz muito sentido ainda.
  Sempre ouvi dizer que Deus escreve certo por linhas tortas. Eu pedi pra ser feliz, tendo uma coisa específica em mente, como se essa tal coisa fosse a minha felicidade. Bem, aparentemente, o Supremo não atendeu o meu pedido pra coisa específica, mas talvez ele só esteja atendendo o meu pedido maior: ser feliz. Ou talvez ele nem tenha escutado, não quero entrar em questões religiosas aqui, mas talvez ele nem exista.
  Enfim, essa é mais uma das dezenas de dúvidas que rondam minha mente e coração nesse momento, e em todos os momentos nesses últimos meses, que caramba, foram os piores da minha vida.
  Por outro lado o blog está crescendo, mas melhor do que crescendo, ele está sendo cada vez mais pessoal, como era antes. E escrever aqui dessa forma é um alivio, sei que com isso as estatísticas vão cair, mas não me importo, não me importo se ninguém não se importar com o que eu escrevo. Me faz bem, alivia minha alma por algum tempo, ao menos, e é isso que eu preciso.
  Mas esse desabafo está grande demais e ainda tem muita coisa acumulada, mas essas ficam para uma próxima.

11 comentários:

  1. Oii,

    Acho ótimo usar esse espaço pra desabafar o que estamos sentindo, o que está acontecendo.
    Amei o Green Day ali <3 <3

    Beijinhos,
    Blog EC&M | entrechocolatesemusicas.blogspot.com.br

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    1. Oie Ana!
      Fiquei um tempo sem fazer isso e me arrependi sabe? Então de fato, tu está certíssima!
      Amo Green Day ♥ hehe

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  2. eu particularmente achei muito legal o seu gosto musical!
    Essas madrugadas de insônia são muito criativas!
    Bjs, Lu - http://resenhasdalu.blogspot.com.br/

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  3. Oii amore.
    Ok,sei que este texto era para ser apenas um desabafo...mas,ficou mais que perfeito pra mim!*-*
    Puxa amore,sei bem como é..Relembrar tantas coisas.As lembranças vem como se pudéssemos vivê-las novamente.
    E isso dói.
    E o que nos resta delas,dói mais ainda.
    Entendo o seu medo de amar novamente.Não te julgo,sabe?
    Mas quero que saiba que vx é forte.E que muitas das suas dores ainda vão passar.
    E sua forma de enxergar as coisas podem mudar logo.
    Mas..o tempo se encarregará disto.
    Até lá,não se esqueça que existem pessoas que te amam e que estão ao seu lado,tá?
    E admiro demais a sua coragem de expor o que sente aqui.Você tem um coração lindoo,amore..
    Deus abençoe,maninha.
    Amo você,beijoos ♥

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    1. ahhhh maninha, é tão bom te ver aqui, de verdade meu amor!
      Realmente xuxu, dói demais as vezes, quase sempre ''/
      Obrigada por te enxergar dessa forte, por ver força aonde eu não vejo absolutamente nada além de coisas ruins.
      Espero que esteja certa xuxu, espero que esteja certa mesmo, e que as coias se ajeitem para mim e para ti!
      Não sei de onde tirei essa coragem, mas sem dúvidas foi ti que me ajudou a ter, pelo menos um pouco dela!
      Eu te amo MUITO! Beijos meu amor ♥

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  4. Eu tenho um sério problema de guardar tudo para mim, por achar que mais ninguém é capaz de me entender como eu mesma me entendo. Por várias decepções "amorosas" em relação a amizade, eu me fechei mais e mais. E sabe o que foi pior nisso tudo? Eu tenho memória! É difícil demais lembrar de todas essas vezes e pensar que eu nunca fui ninguém ali, eu não sei lidar com isso. Tanto é que agora, eu não sei conversar com quem acabo de conhecer. É frustrante.
    E não sei ao certo pq comentei isso agora, não foi pra dar uma de coitada nem nada. Mas lendo o seu desabafo eu senti que estava falando comigo e me dei conta só quando escrevi isso.
    Também tenho mil coisas na minha mente guardadas a sete chaves por puro "medo", eu te entendo um pouco no meio disso tudo. Quando a gente resolve passar pelas coisas sozinhas a gente sofre em dobro, não digo isso para você começar a falar a doidado hehe é só uma afirmação mesmo, pq eu sei como é sentir isso, pode não ser pelos mesmos motivos mas acredito que os sentimentos estejam alí, bem próximos. Seria muito bom se pudéssemos desligar o cérebro algumas vezes, não é?
    Mas uma hora as coisas se acertam.

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  5. 1. adorei o desabafo, é bom pra alma e pro mundo ao seu redor
    2. Acho que você vai gostar de ouvir Ludovico Einaldi (escute a música primavera, é a que mais gosto)
    3. O melhor relacionamento que tive foi depois de uma término trágico com o ex. Esse ex foi o primeiro a me dar um pé na bunda, sofri demais... mas hj sou mais que agradecida por isso. Não era um namoro saudável (ele sugou toda minha alta estima, e eu me achava feia e chata. Só depois que levei o pé na bunda que percebi o quanto sou legal e amada, as vezes me sinto linda também)
    4. Adorei o Blog!

    beijos
    www.coresdodia.com
    www.recursosparavoce.blogspot.com.br

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    1. Obrigada por me fazer ver as coisas dessa forma!
      Eu ouvi, cara, OBRIGADA!!!! Sério, pelas barbas de Merlim, como não conhecia essa música antes? Sem dúvidas fará parte de momentos como o do texto no futuro!
      Obrigada por me contar isso, foi especial saber que você conseguiu se enxergar bela e com todo esse potencial, que sem dúvidas, você tem! Tu me deu esperanças para quem sabe, um dia me ver da mesma forma!
      Muito obrigada!
      Beijos!

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  6. Que texto gosto de ler, Tati. <3
    Nossa, me identifiquei muito. Meu gosto musical também retrata muito o meu eu, e apesar dele sempre estar em mutação, eu acabo voltando ao "clássico", sempre ao mesmo ponto de partida.

    E meu Deus! Não fica nessa neura de "relacionamento", olha... Eu tenho esse mesmo, esse mesmo martírio. Essa mesma sensação de querer viver um grande amor e ao mesmo tempo não ter paciência de "vive-lo".

    Apesar de ter lido o teu desabafo inteiro, vou confessar que no momento, não sei quais pensamentos comentar. Porém, saiba, que todo esse desabafo, é uma realidade de muitas meninas, inclusive a minha. É claro, existe algumas diferenças, porque cada pessoa carrega um sentimento, um pensamento, uma meta, por isso, se admire, se sinta orgulhosa por ter postado algo assim, tão pessoal, tão você, em meio há tanta ganancia "virtual"

    Enfim, me embolei toda, mas acho que você vai entender o que eu quis transmitir.
    E só pra constar, estou lhe seguindo de volta.

    Um grande beijo, Tati. E espero que você goste de ser chamada assim, rs.

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  7. Fico feliz que tenha conseguido ler sem me achar uma idiota no final :P
    SIIM \o/\o/
    Exatamente. a música pelo menos para mim é a forma que mais me instiga lembranças, nem a fotografia tem tanto poder.
    Para ser bem sincera, tenho tantos outros textos assim aqui que não tenho coragem de publicar, mas acredite, não é um bicho de sete cabeças. Eu sou extremamente reservada, odeio falar de mim, travo sempre, por isso acho que escrevo tanto! Faça também, eu amarei ler e sei que muitas outras pessoas também!
    É muito, MUITO bom para mim saber que se identifica com o que eu escrevi, saber que não estou sozinha nessa é um reconforto, mas não é por isso, é por saber que de alguma forma, minhas sinceras palavras chegaram até ti, e de verdade, espero que seja muito feliz, com ou sem um amor do lado!
    Beijos!

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