quarta-feira, 18 de julho de 2018

A verdade está no amor.

 Às vezes a vida nos dá a oportunidade de trombar com boas pessoas no caminho. Pessoas que são bonitas em sua essência, que transmitem a paz que precisamos. Você foi uma dessas pessoas, eu não imaginava te encontrar. Você é tudo aquilo que transmite online e mais um pouco, você tem sua história e ela é linda, os caminhos doloridos que você percorreu te fizeram estar onde você está agora e ser o que você é. Você disse que eu sou forte, mas você também é, temos força o suficiente para enfrentar qualquer barreira. Você também disse que eu estava muito bem, concordei em silêncio, mas a verdade é que entre os cacos da destruição que me atingiram e insistem em se manter vivos em mim, pessoas como você são capazes de através os escombros e enxergar além da dor. Estar com você não fez a dor ir embora, mas deu a ela um novo sentido. Não conhecemos as pessoas ao acaso. Acredito que se eu abri a história da minha vida para você, foi porquê era necessário de alguma forma. Assim como era necessário eu conhecer um pouco mais da sua história para conseguir continuar te admirando por completo. Você me fez estar onde eu estou agora, o Rio de janeiro é uma cidade mágica e eu não consigo passar por cada canto e não notar cada detalhe repletos de uma beleza natural que não parece real, você mesmo sem saber causou impactos na minha vida, me trouxe para a cidade maravilhosa e me contemplou com uma das vistas mais bonitas que já vi. 
 Você olhou minha ferida e não julgou meus meios de cicatrização, pude respirar fundo e sorrir sem culpa, assim como pude chorar sem vergonha alguma. Se eu tive certeza que a natureza não julga, eu posso afirmar que pessoas como você, que tem uma energia tão forte, também não julgam. São pessoas como você que eu quero manter ao meu lado, não em presença física. Mas em alma e coração. Novas amizades podem surgir em grandes conversas profundas sobre a imensidão do oceano, a vastidão do universo, sobre o tudo e sobre o nada, ao som do mar. Repetindo: eu acredito que nada é por acaso, te agradeço por ter me permitido perder a noção do tempo em sua companhia e agradeço ao universo pela oportunidade de contemplar a beleza da vida (sejam suas dores e alegrias) na mesma época em que uma pessoa de luz como você. Somos todos feitos de pó de estrelas e ao seu lado naquele pôr do sol em uma oração silenciosa eu agradeci ao cosmos pela sua existência e pedi para que você tenha uma vida repleta de bons momentos, você merece.

Perdoando o adeus.

Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar. A cena repete, a cena se inverte, enchendo a minh'alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar. Tua palavra, tua história, tua verdade fazendo escola e tua ausência fazendo silêncio em todo lugar. Metade de mim agora é assim, de um lado a poesia, o verbo, a saudade. Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim - O teatro mágico.

 Esses dias me vi falando sobre você com tranquilidade, claro que em alguns momentos engasguei nas minhas próprias palavras e disfarcei o aperto no peito com um sorriso sem graça, mas não hesitei, a sua história, a nossa história não merece ser esquecida, ela precisa ser contada, por mais que doa, falar sobre você me causa a sensação de não te deixar ficar para trás. Será que consegue me ver? Será que está torcendo por mim? E a dor que você deixou, consegue ver? Pois eu a sinto todos os dias, não falo dela constantemente, mas ela é presente em mim. Não pense que eu te odeio, isso nunca. Mas confesso que por muitas noites chorei de raiva pensando em ti. Você desistiu de nós quando desistiu de si mesmo. Você partiu e levou consigo meus sonhos mais bonitos, e meu sono também, são sete meses de uma maldita insônia depois daquela noite que foi meu pesadelo mais real. Eu senti tanta raiva por ter jogado minhas esperanças contra a parede. Eu te amava, eu tinha certeza que iríamos superar tudo, mas minhas certezas foram roubadas pelo toque sombrio daquele celular que até hoje me causa arrepios. Aliás, maldade dizer que eu te amava no passado como se não te amasse no presente, como se não tivesse a certeza que para sempre vou amar, nem que seja um amor sufocado como aquele das páginas do romance que você me apresentou dias antes de partir: "Pense em mim nem que seja em um canto as escondidas. Não me deixe ir." Falando em romances, li todos os livros do Carlos Ruiz. Sente orgulho de mim por isso? Eu te agradeço eternamente por ter me apresentado esse autor que tem tanto de você em cada escrito. Sonhos aprisionados, romances despedaçados.. É por isso que insistia tanto para que eu começasse a ler eles? Queria me mostrar que sentia o mesmo? Que estava tão perdido quanto aqueles personagens na sombra do vento? Se eu tivesse percebido isso antes, teria feito a diferença? Você estaria aqui? Aliás, essa dúvida vai me perseguir pra sempre, o quanto de culpa eu tenho na sua partida? Estou aos poucos realizando os meus sonhos, que eram nossos, mas que hoje eu preciso segurar sozinha nas mãos, eles só pertencem a mim agora. Aos poucos o universo está me devolvendo a paz que me foi roubada. Entrei em pânico muitas noites, seu fantasma me atormentava e com ele aquele medo cruel de nunca ser uma pessoa tão boa quanto você foi. Por hora só queria que soubesse, seja lá aonde você está agora, que não sinto raiva, só saudade, só amor. E queria te agradecer, como sempre. Pois sem você, eu não seria tão eu. Sabe, por mim eu seria sempre sua, 10, 20, 30 anos vivendo para te amar. Mas eu não sei o que o futuro me reserva, tenho muito medo de me apaixonar pois a única certeza que tenho é que ele nunca será você. Hoje aos 22 eu me vejo seguindo nosso caminho, porém sozinha, fiz as trilhas que tanto queríamos, nadei mesmo sem saber, mergulhei sem a certeza de que conseguiria, faço pequenos planos diários para os próximos dias. Mas não quero me imaginar aos 30 ao lado de outra pessoa. Prefiro me imaginar continuando dando aulas, viajando e deixando um pedacinho da sua luz em cada canto que eu for. 
 Desculpe por esse texto sem pé nem cabeça, eu não quero ficar enfeitando sentimentos com palavras bonitas e nem tentando organizar a ordem das coisas, eu só preciso dizer e implorar ao universo que minhas palavras de alguma forma cheguem até você. 
 Entre todos os meus desejos mais íntimos o que me bate mais forte é esse de querer voltar no tempo e te mostrar tudo aquilo que você perdeu e todas as coisas que ainda vão acontecer sem você aqui. O Théo nasceu e é lindo, sim, seu irmão é repleto de saúde e ele me lembra você. O novo álbum do braza ficou pronto e está incrível, com as datas do shows de estreia eu poderia ir contigo no show de São Paulo. A trilha da pedra da Gávea é mágica e eu tenho certeza que você ia amar, GOT encerrou as gravações e céus, eu não sei como vai ser assistir a última temporada sem os seus palpites infames, assim como não sei como vai ser o primeiro natal ou meu primeiro aniversário sem você. 
 Cheguei ontem da cidade maravilhosa e não dormi essa madrugada, esses poucos dias no Rio foram mais fáceis do que qualquer segundo nessa selva de pedra, bastou apenas pisar em solo paulista para sentir o véu da tristeza pairando sobre mim. São muitas lembranças suas e elas me destroem. Respiro com dificuldade esse ar que me corrói. Me sinto inquieta e triste. Isso precisa passar, e vai. Eu sei que vai. Mas no momento tudo perdeu a graça. Caminho pelo quarto, deito no chão, choro. Choro muito. Releio nossas mensagens, todas. Desde o início, mas agora é pela última vez, você não tem ideia de como ouvir seus áudios acaba comigo, seja aqueles em que você me chama de amor e até aqueles que começam com um "E aí parça, bora beber até cair?", é tragicamente engraçado a forma como éramos tão amigos acima de tudo. Pergunto ao universo os motivos da sua partida mas não vejo respostas, somente os planos que não se concretizaram. Os filmes que prometemos ver juntos e nunca aconteceu. Tudo. Todos os momentos que seriam tão lindos se você simplesmente não tivesse desistido. Relendo alguns textos antigos aqui do blog eu me deparo com todos os momentos que eu podia jurar que havia te perdido. Relacionamentos são complicados e o nosso não era diferente, foram muitos términos e eu me via sem saída em todos eles, tola, não sabia como era te perder de verdade, eu engolia meu orgulho e ia atrás implorando para tentarmos mais uma vez, agora não tenho para onde correr, mas é uma loucura pensar que esses momentos ficaram tão para trás que é até difícil me lembrar deles com clareza, consigo me lembrar muito bem dos momentos bons, entre eles me lembro da primeira noite em que me levou pra sua casa. De como nossos corpos se encaixavam e de como eu me senti contemplando o universo da sua existência enquanto fitava o fundo dos seus olhos mel. Você sorriu e isso me desmanchou, eu estava com medo e você me acalmou. A lembrança do seu sorriso que me destrói. Eu não sei se um dia vou permitir que alguém me toque da mesma forma que você fez, cada célula do nosso corpo é destruída e substituída a cada 7 anos. Em poucos anos terei um corpo que oficialmente não foi tocado por você e isso me desespera. Sinto falta do seus beijos, pele e de ouvir seus gemidos abafados no meio da noite. Nossos corpos se pertenciam e ah garoto, eu sinto demais a sua falta. Olho para o céu todos os dias buscando as respostas pra essa dor que insiste em ficar. Queria te exorcizar de mim, não me culpe caso um dia eu consiga. Creio que não vou te escrever por um tempo, mas mesmo que não fale sobre você, tu sabe que está vivo em mim em cada momento, “só enquanto eu respirar vou me lembrar de você.”
 Apaguei suas fotos, mensagens e joguei tudo que me lembrava você fora, menos é claro, o nosso Dino, ele está sempre comigo para me lembrar que sempre tenho você do meu lado. Você existe só em minhas lembranças agora. E está em um cantinho que por enquanto eu visito em cada segundo que fecho os olhos, mas que com o tempo sabemos que não vou visitar com freqüência. Espero que entenda.
 Eu te amo, para sempre.

 Ps: Coisas com a letra A que não conhecia e amei quando conheci: atemoia (é uma fruta, mas creio que você sabe), amora (bem melhor a verdadeira do que as balas fini que você era viciado) Arpoador (um dos lugares mais lindos do mundo, fui com uma companhia que você iria amar conhecer).

sábado, 16 de junho de 2018

Escrito em um sábado qualquer.


 Eu não sei o momento em que a escrita se tornou parte de mim, o que eu sei, é que reler dores antigas é como resgatar memórias do lugar mais íntimo da alma. A cada parágrafo de um texto antigo é como adentrar cada vez mais nas profundezas de um oceano; cheio de mistérios, beleza e armadilhas.
 Não me recordo da primeira vez que escrevi o que estava sentindo, e pra ser sincera não é como se fosse um exercício de autoconhecimento que me ajudasse a lidar com as falhas da vida. É apenas uma maneira desesperada de colocar para fora o que as lágrimas no escuro do quarto não foram suficientes.
 Se fosse necessário me descrever em uma palavra, sem sombra de dúvidas seria melancolia. Trago comigo o peso da saudade de grandes e pequenos momentos, a nostalgia da infância, as dores do mundo, o sofrimento causado pela angustia da antecipação, as perdas e os ganhos que deixaram saudades, os sonhos deixados para trás. Tudo me afeta, tudo me afeta muito.
 Tive o coração partido mais vezes do que sou capaz de contar, a mesma pessoa que me deixou aos cacos tantas vezes era a pessoa que reconstituía todos os pedaços depois, fui obrigada a juntar os caquinhos e me recompor mais vezes do que gosto de lembrar. Dessa vez não foi diferente, mais uma grande decepção, com o plus de um peso a mais na alma. Cansaço talvez seja a palavra. Quantas vezes um coração pode despedaçar e continuar batendo?
 Receio estar sendo ingrata pelas coisas da vida, quando sei que tenho muito e amo o que tenho. Amo os amigos que cultivei, as oportunidades que me foram presenteadas, sou grata por ter um emprego agradável, apesar de não me sentir suficientemente boa para fazer o que faço. Sou grata por de meses em meses poder lavar a alma nas ondas do mar e sentir a esperança que só uma brisa morna pode causar. Quando estou descalça sentindo o vento que sopra à beira-mar eu sinto que sou capaz de qualquer coisa, quando retorno à selva de pedra é como essa sensação evaporasse e se misturasse com o cinza do céu de São Paulo.
 Eu não quero deixar meus sonhos para trás, mas como ignorar o fato de que os anos estão passando e eu não fui capaz de realizar quase nenhum? Falando em realizações, dias atrás fui no show da minha banda preferida; quando eu tinha 12 anos ver o Simple Plan de perto era sem dúvidas o que eu mais almejava na vida, dez anos depois eu consegui realizar, graças ao fruto do meu próprio trabalho comprar um ingresso tão caro não foi difícil, difícil foi me enxergar aos doze anos de novo naquele show, só que dessa vez com problemas concretos, com perdas reais, boletos esperando para serem pagos, contas chegando pela caixa do correio, amizades antigas se desfazendo como pó e laços sendo cortados por pura maldade do tempo.
 Eu não sei onde quero chegar com essas palavras, apenas precisava exorcizar essa tristeza, e quando vomito dor, surgem palavras. Não quero fazer planos para o blog, mas entrar aqui depois de meses e encontrar comentários pendentes me faz sentir que eu não deveria deixar isso aqui no abandono como tenho feito nos últimos meses. 
 Não vou me desculpar por sentir demais, faz parte de mim. Apenas quero aprender a lidar com toda essa intensidade sem parecer que estou me perdendo de mim mesma a cada dia, sem me sentir desconectada. Espero que os próximos dias sejam mais fáceis. Seja como for, eu apenas continuo.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Nada (tudo) aconteceu.

 Olá pessoal, como vocês estão?
 Podemos fingir que eu sempre estive aqui e que o último post foi lançado ontem, e não no dia três de agosto? 
 Na realidade eu tenho quase certeza de que vivo em um universo paralelo em que o tempo passa extremamente mais rápido para minha pessoa. Como assim já estamos em outubro?
 Nesse tempo, nada mudou. Continuo morando na mesma casa, tenho o mesmo emprego e amigos de sempre e estou em um relacionamento complicado (isso nunca será novidade).
 Ao mesmo tempo, tudo mudou. Mudei de quarto, em um espaço um pouco maior me organizei de um jeito totalmente novo, o que significa que logo menos terão vários posts de decoração aqui para vocês!
 O emprego também mudou, apesar de ainda ser professora na mesma creche, mudamos o endereço e com isso crianças novas, 16 novas crianças na reta final de um ano, é sufoco, mas aquele sufoco cheio de amor e carinho.
 As amizades continuam porém uma a menos, perdi uma grande amiga em setembro e ainda estou digerindo a informação, caso você tenha feito um pedido aos anjos nesse último mês e não se realizou, é que o céu ainda está em festa com a presença de Lainara, e do jeito que a conheço, essa festa não tem dia para acabar.
 Iniciei um novo hobby a tempos guardado no coração, estou me aventurando no mundo de planners, bujo, troca de cartas e papelaria com muito amor, e logo, isso irá refletir aqui no blog também, espero que vocês gostem!
 Gostaria de prometer que não irei sumir dessa vez, mas venho prometendo isso desde a primeira versão do blog lá em 2010 (parece que foi ontem), então o que posso dizer é, nos veremos em breve, e eu espero que com mais frequência! 
 Até mais!
 
© CAPRICATI © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. DESIGN E PROGRAMAÇÃO POR DESIGNLC. imagem-logo